As infeções respiratórias são o principal motivo de doença e de absentismo laboral dos pais nos primeiros 24 meses de vida do bebé.
Sabia que um bebé pode ter cerca de 10 a 12 infeções respiratórias por ano e ser considerado “normal” pelos profissionais de saúde?
Isto acontece, porque os bebés apresentam o seu sistema imunitário imaturo ao nascimento e o mesmo vai-se desenvolver ao longo dos primeiros anos de vida, ao entrar em contacto com os diferentes alergénios, vírus, bactérias…
A exposição a bactérias e vírus em ambientes como creches e escolas pode aumentar o risco, número e gravidade da ocorrência de infeções respiratórias.
As infeções respiratórias podem ser do trato respiratório superior (como as gripes e constipações) ou do trato respiratório inferior (como pneumonia e bronquiolite, normalmente com consequências mais graves).
É fundamental que os pais e cuidadores do bebé consigam entender o que são infeções respiratórias, primeiros sinais e sintomas, causas e consequências, para poderem ser instruídos adequadamente a implementar medidas de prevenção e tratamento adequado.
Um bebé livre de infeções respiratórias é um bebé mais saudável, confortável, bem-disposto e feliz.
Infeções respiratórias mais comuns no bebé
Gripes e constipações: As mais comuns e que podem persistir pelo inverno inteiro. Normalmente, são as que apresentam menor gravidade, mas podem tornar o dia-a-dia do bebé muito desconfortável, devido à presença persistente de secreções nasais, tosse, espirros. Podem apresentar episódios de febre.
Rinite e Sinusite: Estas infeções afetam o nariz e os seios nasais. São frequentemente caracterizadas por congestão nasal, corrimento nasal e espirros. Podem ser causadas por alergénios, vírus e bactérias.
Amigdalite e Faringite: Inflamações da garganta e das amígdalas são frequentemente causadas por infeções virais ou bacterianas. Os sintomas incluem dor de garganta, dificuldade para engolir e febre. O bebé pode apresentar recusa alimentar.
Otite Média: Infeção no ouvido médio que é comum em bebés e crianças pequenas. Pode causar dor no ouvido, febre e irritabilidade. É bastante comum que durante uma infeção respiratória como a gripe, a constipação, a sinusite, o bebé desenvolva consequentemente uma otite, por acumulação de secreções.
Bronquiolite: Uma infeção viral que afeta os bronquíolos, as vias respiratórias menores dos pulmões. Pode causar tosse, broncospasmos, “chiado” no peito (os chamados “gatinhos”) e dificuldade respiratória. É a principal causa de internamento dos bebés nos primeiros meses de vida.
Pneumonia: Uma infeção mais grave dos pulmões que pode ser causada por vírus, bactérias. Os sintomas incluem febre, tosse persistente e dificuldade em respirar.
Como identificar uma infeção respiratória no bebe
Os sintomas das infeções respiratórias no bebé podem variar.
Normalmente incluem febre, tosse, corrimento nasal, obstrução nasal (sensação de nariz entupido), espirros, dor de garganta e dificuldade respiratória (normalmente num estádio mais avançado da doença).
Nos bebés muito pequeninos pode ser difícil identificar estes sinais, mas podem apresentar alguns comportamentos que identificam que algo não está bem, como: choro persistente, dificuldade na amamentação/aleitamento, dificuldade na alimentação, dificuldade em dormir.
Se o bebé adormecer e estiver a dormir de boca aberta ou a ressonar, também pode ser sinal de início de infeção respiratória (por inflamação dos adenoides e/ou das amígdalas, ou nariz congestionado)
Na presença destes sinais, deve sempre procurar o apoio de um profissional de saúde .
Medidas preventivas de Infeções Respiratórias
Prevenir infeções respiratórias nos primeiros 2 anos de vida é fundamental para garantir a saúde e bem estar físico e emocional do bebé, mas também dos pais, pois não é fácil quando o seu bebé está sempre doente e tem "infeção respiratória trás de infeção respiratória".
Nas infeções respiratórias o melhor método é a PREVENÇÃO, através da implementação de medidas de higiene (como a lavagem nasal diária e a higiene regular das mãos) e controlo ambiental (livre de pó, poeiras, alergénios e fumo).
As principais medidas que podem contribuir significativamente para prevenir infeções respiratórias incluem:
Vacinação: As vacinas podem prevenir algumas das infeções respiratórias mais graves, como a pneumonia causada pelo Streptococcus pneumoniae ou o vírus da gripe.
Amamentação: O leite materno contém anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebé, tornando-o menos suscetível a infeções.
Higiene nasal: A lavagem nasal deve fazer parte da rotina de higiene diária do bebé e criança desde o nascimento. É o procedimento mais fácil e eficaz na prevenção das infeções respiratórias, pois limpa a mucosa nasal, removendo alergénios, vírus e bactérias que poderiam deixar o bebé doente.
Higiene das mãos: Os bebés gostam de colocar a mãozinha em tudo o que vêm, e costumam de seguida, levar a mão à boca. Lavar as mãos regularmente previne a transmissão de infeções pelo contacto mão-boca do bebé.
Higiene ambiental: Manter um ambiente limpo e livre de pó, poeiras e alergénios. Em crianças com infeções respiratórias frequentes/bronquiolites, pode ser útil retirar todos os peluches e tapetes do quarto do bebé.
Controlo da cadeia de transmissão: Quando sabemos que alguém próximo da criança se encontra doente, deve-se evitar o contato próximo com essa pessoa. O mesmo se aplica ao bebé que está doente. Se o bebé estiver doente, é importante mantê-lo afastado de outras crianças para evitar a propagação da doença.
Ambiente livre de fumo: O tabagismo passivo pode aumentar o risco de infeções respiratórias em bebés e crianças.
Hidratação: Manter o bebé bem hidratado, irá garantir que o trato respiratório se mantém húmido, facilitando a eliminação de secreções nasais.
As infeções respiratórias podem ser frequentes nos primeiros 24 meses de vida do bebé. Mas podem ser prevenidas, com a aplicação regular de medidas preventivas e de higiene adequadas.